“Organizações gastam horas otimizando agendas, ferramentas e fluxos de trabalho para ganhar produtividade. Mas tem um detalhe que quase ninguém está olhando: as pessoas não performam melhor apenas com mais tempo, mas com mais energia. E é aí que está um dos maiores gargalos silenciosos de performance nas empresas.
Segundo uma pesquisa da Deloitte, cerca de 77% dos profissionais relatam sentir-se esgotados com frequência. O problema não está apenas no volume de trabalho, mas em como esse trabalho consome — e, muitas vezes, esgota — nossa energia mental, emocional e física.
A gestão do tempo é importante. Mas sozinha, não resolve. É hora de o RH liderar uma conversa mais profunda: como estamos ajudando (ou atrapalhando) as pessoas a gerirem sua energia dentro do ambiente de trabalho?
Energia é o novo recurso estratégico
Tony Schwartz, um dos pioneiros nesse tema, defende que a produtividade sustentável depende do equilíbrio entre quatro tipos de energia:
Agora reflita: sua empresa estimula isso ou drena esses recursos? Com rotinas lotadas, metas desconectadas e excesso de urgências, é comum vermos profissionais altamente técnicos perdendo performance — não por falta de competência, mas por falta de energia.
O papel do RH nessa equação
O RH precisa ser o ponto de partida. Não para ser o “resolvedor universal”, mas para propor uma mudança de rota com base em dados e intenção estratégica. Então, o que o RH pode fazer?
A boa notícia? Muitas dessas ações não dependem de orçamento. Elas dependem de intenção e consistência.
Mas não é só com o RH. É uma responsabilidade compartilhada.
Não adianta o RH desenhar soluções incríveis se a cultura vigente ainda romantiza a exaustão. Esse trabalho exige coparticipação da liderança e, principalmente, uma mudança estrutural no jeito de pensar performance.
Por onde começar?
O primeiro passo é simples — e poderoso:
Comece dentro de casa: mapeie hoje três hábitos, rituais ou processos que estão drenando energia no seu time de RH.
Exemplos: pode ser o excesso de reuniões, a falta de alinhamento nas prioridades ou até uma liderança que precisa de apoio para gerir melhor a carga do time.
A partir disso, pense em uma ação prática e acessível para redesenhar esses pontos.
Você não precisa de uma revolução de uma vez. Mas precisa dar o primeiro passo.”
Fonte: People Summit