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Produtividade não é (só) sobre tempo

Publicado em 02/06/2025

É sobre energia – e o RH precisa começar a falar sobre isso.

Produtividade não é (só) sobre tempo
Fonte: Pexels

“Organizações gastam horas otimizando agendas, ferramentas e fluxos de trabalho para ganhar produtividade. Mas tem um detalhe que quase ninguém está olhando: as pessoas não performam melhor apenas com mais tempo, mas com mais energia. E é aí que está um dos maiores gargalos silenciosos de performance nas empresas.

Segundo uma pesquisa da Deloitte, cerca de 77% dos profissionais relatam sentir-se esgotados com frequência. O problema não está apenas no volume de trabalho, mas em como esse trabalho consome — e, muitas vezes, esgota — nossa energia mental, emocional e física.

gestão do tempo é importante. Mas sozinha, não resolve. É hora de o RH liderar uma conversa mais profunda: como estamos ajudando (ou atrapalhando) as pessoas a gerirem sua energia dentro do ambiente de trabalho?

Energia é o novo recurso estratégico

Tony Schwartz, um dos pioneiros nesse tema, defende que a produtividade sustentável depende do equilíbrio entre quatro tipos de energia:

  • Física: sono, alimentação, pausas e movimento.
  • Emocional: segurança psicológica, reconhecimento e clima de confiança.
  • Mental: foco, clareza de prioridades e ausência de ruído excessivo.
  • Propósito: conexão com o impacto do trabalho.

Agora reflita: sua empresa estimula isso ou drena esses recursos? Com rotinas lotadas, metas desconectadas e excesso de urgências, é comum vermos profissionais altamente técnicos perdendo performance — não por falta de competência, mas por falta de energia.

O papel do RH nessa equação

O RH precisa ser o ponto de partida. Não para ser o “resolvedor universal”, mas para propor uma mudança de rota com base em dados e intenção estratégica. Então, o que o RH pode fazer?

  • Diagnosticar fontes de desgaste: excesso de reuniões, metas que mudam semanalmente, demandas sem contexto e ruídos de comunicação.
  • Repensar rituais organizacionais: revisar cadências, rever prioridades, permitir ciclos reais de foco e recuperação
  • Promover a autogestão: incluir nos programas de desenvolvimento temas como gestão pessoal de energia, inteligência emocional e foco
  • Criar programas de formação para lideranças: sobre como identificar sinais de desgaste, respeitar limites e cultivar segurança psicológica sem renunciar à performance.

A boa notícia? Muitas dessas ações não dependem de orçamento. Elas dependem de intenção e consistência.

Mas não é só com o RH. É uma responsabilidade compartilhada.

Não adianta o RH desenhar soluções incríveis se a cultura vigente ainda romantiza a exaustão. Esse trabalho exige coparticipação da liderança e, principalmente, uma mudança estrutural no jeito de pensar performance.

  • A liderança precisa entender que gerir times é também cuidar da energia das pessoas. Pressão contínua sem pausas ou clareza gera ruído, ansiedade e erro. Um ambiente mais saudável é, sim, mais produtivo.
  • A cultura precisa abandonar a ideia de que “estar sempre disponível” é sinônimo de comprometimento. A produtividade real se constrói com pausas, foco, clareza e, claro, energia.

Por onde começar?

O primeiro passo é simples — e poderoso:

Comece dentro de casa: mapeie hoje três hábitos, rituais ou processos que estão drenando energia no seu time de RH. 

Exemplos: pode ser o excesso de reuniões, a falta de alinhamento nas prioridades ou até uma liderança que precisa de apoio para gerir melhor a carga do time.

A partir disso, pense em uma ação prática e acessível para redesenhar esses pontos. 

Você não precisa de uma revolução de uma vez. Mas precisa dar o primeiro passo.”

Fonte: People Summit


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